A cidade de Joinville não pode ser considerada uma cidade germânica, tendo em vista a descaracterização que a mesma sofreu à partir da década de 70. O mercado Municipal de Joinville é um reflexo dessa transformação e mostra a heterogeneidade da cidade, visto que este local é freqüentado por vários grupos, com diferentes identificações e origens. Essas identificações atravessam fronteiras, como no caso dos primeiros imigrantes que aqui chegaram da Europa, que mesmo tendo um forte vínculo com a sua terra natal e suas tradições acabaram traduzindo suas culturas para o novo local que estão inseridos. Esses indivíduos tornam-se o produto de histórias e culturas interconectadas. As cidades cosmopolitas como Joinville, podem ser descritas como locais de interseções culturais. Essas manifestações culturais acabam se interconectando com outras manifestações de novos indivíduos ou grupos. Dessas misturas ou interseções de elementos culturais é que surgem outras culturas, culturas híbridas. Somos todos traduzidos na verdade, somos o produto de várias histórias e culturas interconectadas. Durante a aplicação dos formulários um entrevistado disse que o Mercado "é um lugar onde todas as culturas se encontram", perguntamos por que ele estava afirmando aquilo, ele disse: "É simples, sou um descendente de italianos, comendo Acarajé e escutando chorinho, numa cidade colonizada por alemães".
http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/JNIC/RESUMOS/resumo_3739.html
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